Frigoríficos exportadores de carne bovina reuniram-se na última sexta-feira (14/12) em São Paulo para avaliar o impacto de possíveis restrições da União Européia (UE) ao produto brasileiro, uma questão que já preocupa investidores e bancos.
Segundo apurou o Valor com pessoas que estiveram presentes à reunião, a avaliação dos exportadores é de que a UE não deve fazer uma proibição ampla das vendas brasileiras e deve tomar medidas pontuais, mais voltadas à questão do sistema de rastreabilidade (Sisbov) e do trânsito dos animais. Pode também impor restrições a animais de confinamentos.
A missão veterinária da UE que esteve no Brasil em novembro passado encontrou debilidades exatamente no Sisbov e falhas no sistema de rastreabilidade em confinamentos.
A esperada restrição da UE já derruba as ações dos frigoríficos de capital aberto, deixando intranqüilos investidores e bancos.
Para acalmá-los, os exportadores têm lembrado que mesmo com o embargo da UE ao Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo, após casos de aftosa nos dois primeiros Estados em 2005, as vendas externas de carne bovina ao bloco não diminuíram, já que as empresas conseguiram redirecionar para plantas de outros Estados a produção destinada à UE. Se necessário, isso poderia voltar a ocorrer. Além disso, observam que há novos mercados sendo abertos, caso da Malásia.
Em comunicado, a JBS-Friboi disse na sexta-feira que devido à "pulverização de sua estrutura produtiva no Brasil, (...) detém total flexibilidade de reordenamento de sua produção". A empresa tem 20 unidades de produção em nove Estados, 10 habilitadas a exportar para a UE. O fato de a JBS estar em outros países - Argentina, EUA, Austrália e Itália - também dá mais flexibilidade e garante o atendimento da demanda, diz o comunicado.
Segundo apurou o Valor, a restrição da UE pode incluir a adoção da obrigatoriedade de habilitação dos frigoríficos exportadores por auditores europeus.
Fonte:
Valor Econômico. Agronegócios. Por Alda do Amaral Rocha. 17 de dezembro de 2007.
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