Sou assinante do Informativo Boi e Companhia e tenho propriedades em Minas Gerais e no Pará. Em Minas estamos em ajustes para sermos reconhecidos como propriedade ERAS, mas fica a pergunta: no Pará teria viabilidade fazer rastreabilidade de todo o rebanho da propriedade, para obter a certificação ERAS?
Pelos frigoríficos da região, que pelo que se sabe não estão habilitados a exportar para a União Européia e a outros mercados mais exigentes, como a Rússia. Em um ano de aumento de custos, gerar mais um custo para a propriedade? Qual o benefício? Existe hoje a possibilidade das plantas já instaladas na região, Sul do Pará, exigirem e pagarem a mais por boi rastreado?
O zootecnista Fabiano Tito Rosa, da Scot Consultoria, responde:
Hoje, o único mercado que o Brasil atende, que exige rastreabilidade, é a União Européia. No entanto, para que o boi possa ser destinado a atender a demanda européia, ele precisará, primeiro, estar em área habilitada. Segundo, estar no sistema ERAS e terceiro, em fazenda que faz parte da lista de propriedades que será definida durante a próxima inspeção dos técnicos da UE.
O Pará não é área habilitada. Hoje, portanto, boi rastreado ou não rastreado, no Pará, tem o mesmo valor. É difícil prever se, e quando o Estado poderá exportar para a União Européia. Mas diante do aumento das exigências do bloco, e considerando que parte do Pará ainda não obteve o estatus de área livre de febre aftosa com vacinação, acredito que isso não irá ocorrer no curto prazo.
De toda forma, vale a pena consultar os frigoríficos locais para verificar se eles prevêem algum tipo de remuneração diferenciada para animais rastreados ou que possuam algum tipo de certificação específica para a região.
<< Notícia Anterior
Próxima Notícia >>