Em mais de uma vez, aproveitei esse espaço defendendo que, dentre as coisas que estão ao alcance do produtor para garantir a sustentabilidade dos nossos negócios, em tempos de dólar baixo, preços desinteressantes ou infra-estrutura sofrível, reduzir os custos é uma das principais opções que restam. Aderir a essa idéia, entretanto, fica mais fácil se o governo dá uma força. E foi isso que aconteceu na semana passada, quando o Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior (Camex) reduziu a sobretaxa
antidumping incidente sobre o glifosato vindo da China de 35,8% para 11,7%.
Se repassada para os preços ao consumidor final, essa redução fará uma diferença real nos nossos custos. Afinal, o glifosato é um insumo básico presente em quase todas as culturas. Sem dúvida, é bem-vinda para o produtor que, no ano passado, teve de resistir de pé, mesmo tendo de pagar até 50% mais para produzir. Cá entre nós, uma proteção de 35,8% em uma economia de livre mercado, em pleno século 21, soa, no mínimo, anacrônica.
Queremos ouvir com mais freqüência essas boas notícias. Novas variedades de transgênicos que começarão a ser testadas, mais crédito para o produtor, a reforma tributária que sairá do papel, investimentos em rodovias, ferrovias e portos. Até lá, continuaremos fazendo o que melhor sabemos fazer: produzir em abundância e com excelência e, é claro, apertar o cinto.
Walter Horita, presidente da Abapa (Associação Baiana dos Produtores de Algodão)
Fonte: Associação Baiana dos Produtores de Algodão.
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