Ontem, no programa Opinião Nacional, da TV Cultura, economistas discutiram sobre a inflação e a taxa básica de juros (Selic). Independentemente do que acreditavam ser a melhor estratégia para conter o aumento generalizado dos preços domésticos, todos opinaram que o Banco Central deverá promover novos aumentos de juros. O mais pessimista acreditava em mais 2,5 pontos porcentuais.
Juros altos atraem capital de origem especulativa e, portanto, favorecem a frouxidão cambial. Em outras palavras, se as previsões dos economistas se confirmarem, o dólar (que já está abaixo de R$1,68) deverá recuar ainda mais.
Para frigoríficos e curtumes o impacto é significativo. A cotação do couro verde de primeira linha, por exemplo, no Brasil Central, está estável em R$1,80/kg desde o final de novembro de 2007. No entanto, em dólares, graças à valorização da moeda nacional, acumula alta de aproximadamente 8%.
Já o boi gordo, tomando São Paulo como referência, se valorizou em 1% no período. Isso em reais. Em dólares, o aumento foi de 12%. Como já abordado em outras oportunidades, neste mesmo espaço, o boi do Brasil hoje vale mais do que o do Uruguai, da Argentina e da Austrália.
A pressão de custos sobre os exportadores de carne e couro é bastante forte. E a tendências é que as cotações das matérias-primas, principalmente em dólares, mantenham a toada de alta. Afinal, a atual relação oferta x demanda favorece aumentos de preço, ao passo que o câmbio, como visto, deve se manter em baixa.
Gestão, inovação e agregação de valor são palavras de ordem para as indústrias. (FTR)
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