Na expectativa da queda dos juros

O Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne hoje, 14/9, para definir se altera ou não a taxa básica de juros - Selic, que está em 19,75% anuais. O mercado espera por uma redução da Selic, em função de alguns fatores, descritos a seguir: - inflação em baixa: há desaceleração na pressão inflacionária. O IGP-M, o IGP-DI e o IPC/Fipe registraram deflação em agosto. O IPCA, que é o índice usado pelo governo, subiu apenas 0,17%. - inflação futura menor: a expectativa do mercado financeiro para a inflação acumulada deste ano tem diminuído. Já está em 5,20%. - tranquilidade cambial: o dólar tem se mantido em seus níveis mais baixos do último ano, ajudando na contenção de preços. - indústria em desaceleração: a produção industrial brasileira recuou 2,5% em julho, após uma expansão de 2% no mês anterior. A utilização na capacidade instalada, no mesmo período, caiu para 81,9%. Era de 82,4% em junho. Mediante todos esses indicadores, a manutenção da Selic seria realmente um despropósito, mas não uma hipótese a ser descartada. Considerando a expectativa de queda da inflação futura, que descontada da taxa Selic forma os juros reais, as possíveis alterações advindas da decisão de hoje do Compom são: - se o BC mantiver a Selic em 19,75% ao ano: os juros reais sobem para 14,27% (hoje estão em 14,12% anuais). - se o BC cortar a Selic em 0,25 ponto percentual: os juros reais caem para 14,03% ao ano. - se o BC cortar a Selic em 0,50 ponto percentual: os juros reais caem para 13,79%. As apostas do mercado se cocentram na segundo opção, ou seja, no corte de 0,25 pontos. Nesse caso, apesar da ligeira retração, os juros reais continuariam no patamar mais elevado desde agosto de 2003. Em síntese, não convém esperar por reduções significativas das taxas de juros em curto prazo. Esse processo depende da manutenção de uma trajetória consistente de cortes da Selic. De toda forma, espera-se, ao menos, que o processo tenha início hoje. Fonte: Folha de São Paulo
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