Da Assessoria
Geração de informação qualificada e o fomento ao diálogo. Duas condições consideradas essenciais pelos palestrantes do fórum de “Sustentabilidade é negócio?” para o avanço necessário da compreensão sobre o tema. Mas se ainda há discussão conceitual sobre o que é sustentabilidade, os líderes do agronegócio de Mato Grosso estão seguros de que o Estado está na vanguarda deste movimento – e com bons exemplos.
“Aqui se faz agricultura sustentável há muito tempo”, disse o deputado Homero Pereira, um dos debatedores do painel que reuniu pesquisadores e ambientalistas. O deputado lembrou que em Mato Grosso quase a totalidade das embalagens usadas de agrotóxicos são corretamente recolhidas e que Mato Grosso avança na adoção do plantio direto, além de ser o Estado que já fez um diagnóstico dos impactos ambientais da produção da soja e que acabou de apresentar (dia 28, no Enipec) o diagnóstico da cadeia de pecuária de corte.
O fórum encerrou na última sexta-feira a quinta edição dos Negócios da Pecuária (Enipec), em Cuiabá, realizado pela Federação da Agricultura e Pecuária (Famato), que reuniu durante três dias cerca de 3 mil congressistas para discutir as questões mais relevantes da produção animal.
O coordenador do programa de agricultura e meio ambiente do WWF Brasil, Luís Laranja, avaliou como muito relevante o fato de que mais recentemente estão acontecendo, a exemplo do Enipec, encontros entre partes que antes não dialogavam, como as ongs ambientalistas e o setor produtivo rural. Para ele, a questão ambiental não pode ser vista como problema, mas um desafio que traz uma solução. Ele alertou que é preciso medir o impacto dos atuais modelos produtivos para se saber com mais segurança os limites deles.
“Precisamos assumir que a agricultura produz impactos sobre os recursos naturais. E conhecendo melhor como se comportam, poderemos agir com mais inteligência sobre o problema”, defendeu o pesquisador do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), Afonso Peche Filho.
E a geração de informação é uma das funções do Instituto do Agronegócio Responsável (Ares), criado no ano passado para dar sustentação às ações de entidades do setor produtivo e industrial. A superintendente do instituto, Meire de Fátima Ferreira, foi uma das palestrantes do fórum. Ela reforçou a necessidade de criação de um banco de dados com iniciativas sustentáveis e de se normatizar os processos de certificação, de forma a garantir que os produtos respeitem normas que vão além das questões ambientais e que sejam acordadas pelos vários elos de toda a cadeia.
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