Depois de os frigoríficos brasileiros ultrapassarem fronteiras e se instalarem em outros países, chegou a vez da cadeia produtiva do leite de seguir o mesmo rumo.
No final do próximo ano, entrará em operação a primeira indústria de lácteos brasileira no Uruguai, a Bom Gosto Indústria Leiteira, do grupo gaúcho Bom Gosto. A fábrica, que começa a ser construída neste ano, terá capacidade inicial de processamento de 300 mil litros de leite por dia e deverá alcançar 1 milhão de litros por dia entre 2011 e 2012. O investimento total na planta soma US$30 milhões.
"Não há nenhum tipo de restrição sanitária para exportar a partir do Uruguai. A intenção inicial é trabalhar os mercados do México, que hoje é o maior importador de lácteos do mundo, dos Estados Unidos e da Venezuela", conta Wilson Zanatta, presidente da companhia. A fábrica irá produzir leite UHT, leite em pó e queijo e fará processamento de soro.
Aquisições no Brasil
Antes de saltar as fronteiras do País, o Grupo Bom Gosto expandiu suas atividades dentro do território brasileiro. Em menos de um ano realizou quatro aquisições no Brasil, prevê faturar R$800 milhões neste ano e já tem como meta para 2009 obter receita de R$1 bilhão (sem contar o faturamento da fábrica fora do País). Em 2007, a receita da companhia alcançou R$550 milhões.
O Grupo Bom Gosto está se estruturando para abrir capital no "melhor momento de mercado, que pode ser em 2009, 2010, 2011", segundo o empresário.
Em julho de 2007, o Grupo adquiriu a primeira das quatro empresas no Brasil, a Laticínios DaMatta, da região sudeste de Minas Gerais. Na seqüência, veio a aquisição da gaúcha Nutrilat, também no ano passado, em outubro. Em 2008, em março, foi a vez da Laticínios Santa Rita, e, há duas semanas, foi anunciada a compra da também gaúcha Corlac.
Depois da incorporação da Corlac, o Grupo passa a processar mais de dois milhões de litros de leite por dia, contando com 1.030 colaboradores diretos e aproximadamente 20 mil indiretos. Os fornecedores, incluindo o próprio Wilson Zanatta - produtor de gado holandês -, somam, no mínimo, 8,8 mil produtores integrados. Somente com a última aquisição, acrescentam-se ao quadro de fornecedores os associados das 12 cooperativas que integram o sistema da Corlac.
O Grupo tem perfil investidor incansável e desde 2000 vem apostando na expansão de capacidade e no desenvolvimento de novas linhas de produtos.
Até 2006, a companhia tinha só uma fábrica e atualmente conta com cinco unidades. O principal mercado ainda é São Paulo, mas a atuação se estende para além do Rio Grande do Sul, onde fica a sede, ao Paraná, a Santa Catarina, ao Rio de Janeiro e a Minas Gerais.
Fonte:
DCI. Adaptado por Scot Consultoria. 9 de junho de 2008.
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