Em setembro de 2005, os preços dos fertilizantes, em reais nominais, estão 18% mais baixos que em 2004. Os defensivos (herbicidas e inseticidas), na média, estão 13% mais baratos. Os preços de alguns defensivos recuaram até 30%.
Evidentemente, tal comportamento promoverá uma redução nos custos de produção do produtor rural. Diversas entidades estão estimando queda de custos de produção em torno de 20% a 25% para os grãos.
Mas recomenda-se cautela ao produtor. De fato, em planilhas de planejamento, a redução nos custos de produção atinge cerca de 20% a 25%. Em alguns casos, a redução chega a 30%.
Porém, dentro das fazendas, os custos de produção devem se reduzir apenas cerca de 8% a 12%, considerando as cotações de insumos de setembro.
O que explica essa diferença? Na verdade, a planilha de planejamento agrícola, embora bem próxima da realidade, geralmente não considera as ineficiências operacionais comuns, que sempre ocorrem na empresa rural, mesmo em escala.
Um exemplo: horas máquina e horas de trabalho. Nestas planilhas, o custo tende a ser ideal, de acordo com o serviço demandado. No entanto, nas empresas rurais, esses bens continuam custando mesmo quando não estão sendo utilizados. São os chamados custos indiretos e custos fixos.
No caso de máquinas, o problema dessa diferença é menor, pois basta adequar o parque de tratores com a escala. Uma plantação normal consome cerca de 6 a 8 horas de trabalho direto de horas-homem de serviço por hectare. Mas nos momentos em que não estão sendo realizados serviços diretos nas lavouras, os salários continuam sendo pagos. Além do mais, outros serviços rotineiros têm que ser realizados, e geralmente acabam não sendo contabilizados em planilhas.
De fato, é pouco dentro do total, mas este pouco tem atingido cerca de 15% de diferença, incluindo todos os demais custos.
Com isso, o peso dos fertilizantes e herbicidas nos custos totais de produção se reduz. Evidentemente, reduzem-se também os impactos que o aumento ou redução de custos de produção nos mesmos causam às fazendas.
Por mais rigorosa que sejam as planilhas apresentadas em revistas ou palestras, o empresário deve ficar atento aos custos de produção dentro de sua própria empresa. Só assim terá condições de decidir de maneira eficaz. (MPN)
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