No início desse ano parece que tudo conspirou para que as
commodities (de todos os tipos) atingissem patamares históricos. Quem foi o culpado?
Existe grande divergência de opiniões. Entre os assuntos mais comentados, está a fuga dos investidores da crise financeira causada pela hipotecas de alto risco, a alta exorbitante do petróleo fundamentada em maior consumo e aquecimento da economia dos países emergentes, pelo fato das
commodities serem um
hedge (ou mecanismo de proteção) natural contra a depreciação que o dólar americano vinha sofrendo. Por último, por se tratarem também de eficiente mecanismo de proteção contra a inflação.
Somados a esses fatores, uma boa dose de problemas climáticos e o viés energético dado aos grãos. Eis que os recordes históricos nas cotações dos grãos e outras
commodities foram atingidos. Milho, soja, trigo, ouro, petróleo, cobre atingiram patamares históricos no intervalo de um ano, para depois cair 30% ou mais em apenas um mês.
Hoje, a moeda norte-americana, inicialmente culpada pela maioria dos problemas financeiros enfrentados devido à sua desvalorização, derruba os preços dos principais produtos devido ao seu fortalecimento. O petróleo já diminui para a menor cotação em 4 meses. Os grãos, além de não apresentarem mais a mesma atratividade energética (como etanol ou biodiesel), também sofrem as conseqüências cambiais.
Momento de extrema cautela para os produtores rurais. Além de buscar a segurança da garantia dos seus preços através de práticas de hedge de seus produtos, a situação cambial também chama a atenção. Isso porque a ameaça pode existir em duas frentes: encarecimento dos insumos (fertilizantes e defensivos tem a maior parte de suas matérias-primas importadas) e queda nos seus preços (dólar valorizado reduz a atratividade das
commodities, tirando investidores do mercado e reduzindo seu preço).
Apesar de o cenário permanecer com fundamentos propícios para preços favoráveis e dos preços dos grãos serem reajustados de acordo com dólar, a situação cambial e custo de produção podem pegar no “contrapé” os agricultores, diminuindo o preço local e estreitando suas margens. (JA)
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