Com maior pressão da indústria, preço recua em algumas praças

A pressão da indústria sobre as cotações se intensificou, com propostas de compra até R$ 5/arroba abaixo da referência. As escalas de abate se alongaram para a média de cinco dias úteis em boa parte dos casos e, sem que as vendas do atacado apontem uma reação, os frigoríficos aproveitam para puxar os preços para baixo e consolidar um mercado mais fraco quando retomarem as compras. Em São Paulo, os valores não variaram nesta terça-feira, a R$ 147 a arroba à vista e a R$ 148 a prazo.

Nas três praças de Mato Grosso do Sul o preço de referência caiu. Em Dourados e Campo Grande a arroba do boi gordo é negociada a R$ 139 à vista e a R$ 141 a prazo, segundo a Scot Consultoria. Já em Três Lagoas foi a R$ 140 à vista e R$ 142 a prazo. "O mercado caiu demais e não é para isso tudo. Tínhamos ofertas de R$ 146 para pagamento em 30 dias na semana passada e agora querem R$ 141", contou um pecuarista do Estado. "Vou esperar um pouco para negociar", completou. Para conseguirem reduzir o preço ofertado, alguns frigoríficos optaram por otimizar a produção, com a suspensão do abate em algumas unidades e concentração da produção em outras unidades. Segundo Hyberville Neto, analista da Scot Consultoria, apesar de a oferta ser maior do que a dos primeiros meses do ano, época de preços recordes da arroba, a pressão da indústria surpreende. "O teste de mercado por preços abaixo da referência foi com a mão muito pesada em relação ao que ocorria antes. Se funcionar, vamos ter um exemplo da força dessa indústria."

Enquanto isso, as escalas de abate nos principais mercados estão relativamente tranquilas e variam de três a oito dias em São Paulo. Muitas companhias ainda usam lotes de animais comprados em operações a termo para ampliar a programação de abate. No mercado paulista o preço de referência da arroba permanece em R$ 147 à vista e R$ 148 a prazo. Já no atacado, a demanda segue fraca, mas os preços permaneceram entre R$ 8,80 o quilo para o boi inteiro e R$ 9,10 para o castrado.

Fonte: Agência Estado, Broadcast Agro - por Gustavo Porto. Publicado em 16/06/2015.