Queda de preços no mercado atacadista de carne bovina sem osso de São Paulo.
Há três semanas o mercado vem acumulando quedas consecutivas. Porém, pela primeira vez nesse período, as margens encurtaram, já que o preço da arroba parou de cair.
A margem de comercialização da indústria que faz a desossa está numericamente igual ao de 2014, mesmo que o cenário econômico de um ano atrás tenha sido bem diferente, muito melhor que o atual.
Em doze meses, a receita dos frigoríficos vendendo carne sem osso ficou, em média, 22,0% maior, quase três vezes acima da inflação do período, medida pelo IPCA. É verdade que o consumo no ano está ruim, mas as indústrias têm conseguido, apesar disso, manter a margem de comercialização.
E deve vir mais arroxo para as vendas de carne pela frente.
O Banco Central, através do Comitê de Política Monetária (Copom), em reunião realizada esta semana, elevou a taxa básica de juros, para 14,25%, a maior desde 2006, a fim de tentar conter a inflação, que já está projetada em 9,23% para este ano.
A Selic nesse patamar deve dificultar ainda mais a recuperação da atividade industrial do país, refletindo na geração de empregos e, consequentemente, no poder de compra da população.
Sem contar que a operação dos frigoríficos, que é naturalmente alavancada, deve ficar mais cara e isso pode fazer com que endureçam ainda mais para pagamentos maiores para a arroba, embora eles devam ocorrer nos próximos meses.
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