Os importadores de carne bovina, diante da crise, buscam renegociar preços e prazos de pagamento. Notícias que vêm de SIAL (feira do setor de alimentos, que foi realizada na França) dão conta de que o contrafilé brasileiro destinado à União Européia, por exemplo, passou de US$11 mil/tonelada para US$9 mil/tonelada. Queda de pouco mais de 18%.
No entanto, no último mês, o dólar saltou de mais ou menos R$1,75 para R$2,30, valorização de aproximadamente 31%.
Então vejam. Os US$11 mil/tonelada equivaliam a R$19,25 mil/tonelada. Já os US$9 mil por tonelada equivalem, hoje, a US$20,70 mil por tonelada. Na prática, em função do movimento de câmbio, o preço da carne subiu. E nós ainda fomos conservadores nessa conta, pois o dólar já superou os R$2,40.
A retração dos preços internacionais, portanto, não chega a ser problema. O que afeta mesmo as empresas, tanto exportadoras quanto importadoras, é a escassez e o encarecimento do crédito, juntamente com uma perspectiva de crescimento mais comedido do consumo (ou até retração, dependendo do país).
Isso leva a uma postura mais cautelosa na hora de negociar. E as transações passam a ocorrer em ritmo mais lento, com possibilidade real de haver queda no volume exportado.
A declaração do diretor da Assocon, Juan Leblon, ao jornal DCI, resume bem o que está acontecendo hoje: “O ânimo não está bom, o cenário é difícil. A arroba do boi tem tendência de alta no Brasil enquanto os preços internacionais mostram desaquecimento. No entanto, a feira aconteceu muito em cima do estouro da crise e acho que o cenário tende a se acomodar, tudo no começo parece pior do que realmente é. Ainda é muito cedo para fazer projeções".
Concordamos com ele (FTR).
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