No segundo dia de visitas de profissionais da imprensa a clientes da Texto Comunicações, também realizamos uma visita ao Grupo Ambar Amaral.
Trata-se de uma empresa familiar que nasceu há 33 anos na pecuária, mas há 9 anos ingressou no ramo de aquicultura e derivados (comidas prontas). Localizada no município de Santa Fé do Sul-SP tem como objetivo realizar pesquisas, produzir e comercializar peixes nativos brasileiros com elevado padrão de qualidade, de maneira economicamente viável, sempre respeitando o meio-ambiente.
Na visita, fomos recepcionados por Antônio Ramon Amaral, médico veterinário e sócio na empresa. Inicialmente, Amaral contou que o primeiro investimento da empresa no ramo de aquicultura aconteceu em janeiro de 2007, com a implantação de 16 tanques nos tamanhos de 2mx2m, destinados à produção de tilápias.
Na época, a empresa possuía um frigorífico não habilitado para o abate de pescados, e acreditavam que a mudança de SIF de charque para SIF de pescado seria rápido e fácil, entretanto o procedimento se arrastou por dois anos. O funcionamento do frigorífico de pescados iniciou apenas em outubro de 2009.
No início de 2009, foi inaugurada a fábrica de ração, com capacidade de produção de 3.200 toneladas de ração por mês, destinada tanto para consumo próprio como para venda. Atualmente a empresa conta com extrusores, com capacidades de processamento de 6 e 2 toneladas por hora. Possuem duas unidades com capacidade de produção de 130 e 270 toneladas de tilápia por mês.
A empresa ainda não atua na produção de alevinos, mas já existe um projeto para executarem esta etapa da produção, a qual começará funcionar em abril deste ano. Para tal, a empresa possui os tanques em terra com as matrizes e os reprodutores. Segundo Amaral, a perda de alevinos, entre 1g e 30g de peso corporal, em tanque rede, é da ordem de 20%, por isso o Grupo optou por tanques em terra.
Amaral ressaltou que o maior índice de morte, em todo o ciclo de produção, ocorre por bactérias do gênero Streptococcus, gerando perdas de até 30%, e são mais comuns no verão, quando as águas estão mais quentes e a oxigenação é menor. No inverno geralmente ocorrem doenças fúngicas.
Como preventivo para bacteriose, o Grupo Ambar Amaral realizada a vacinação quando os animais atingem 30g, através de dose única. O processo é realizado peixe a peixe e custa, em média, R$0,11 a R$0,12 por peixe. Com isso a mortalidade causada por Streptococcus reduz cerda de 95%.
É um processo viável, afirmou Amaral, mas pouquíssimos piscicultores o realizam. Antes da vacinação os peixes são colocados em água com óleo de cravo para anestesiá-los momentaneamente. Com quatro funcionários é possível vacinar 15.000 peixes por dia. O gasto do Grupo Ambar Amaral com a vacinação por mês é de aproximadamente R$36.000,00.
Com relação à reprodução, na natureza comumente nascem em média 50% de machos e 50% de fêmeas. Como as fêmeas se desenvolvem 30% menos que os machos, o Grupo Ambar, através de hormônios, realiza a reversão de fêmeas em machos, aumentando de 90% a 95% a taxa de nascimentos de machos.
Segundo Amaral, 80% das vendas de ração e 60% das vendas do frigorífico vão para produtores do estado de São Paulo, sendo disparado o maior estado consumidor.
Participação dos corte no peixe:
- 31,0% filé
- 6,5% pele
- 5,0% peito
- 4,0% PP
- 53,5% resíduos
A visita foi finalizada com um agradável almoço de confraternização, com comidas á base de tilápias.
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