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O preço no mercado atacadista da carne bovina sem osso andou de lado nos últimos dias. Na comparação semanal, na média de todos os cortes pesquisados pela Scot Consultoria, as cotações ficaram praticamente estáveis, com ajuste negativo de -0,1%.
Com a demanda patinando, nem mesmo o efeito da virada de mês foi suficiente para aquecer a procura do varejo, por este motivo os frigoríficos tiveram dificuldade para impor preços na carne.
Demonstrando a cautela dos consumidores decorrente das incertezas quanto aos rumos da economia, o indicador da Intenção de Consumo das Famílias (ICF) pesquisado pela Confederação Nacional do Comércio (CNN) caiu 1,9% em abril, confirmando a tendência anteriormente verificada em março (-0,4%).
Esse indicador é formado por seis subíndices, como por exemplo Emprego Atual e Perspectiva Profissional, e todos eles registraram variação negativa. Isso não acontecia desde de julho do ano passado, quando o país estava “sufocado” com os efeitos da greve dos caminhoneiros.
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) também recuou pelo terceiro mês consecutivo, e em abril atingiu o menor nível desde outubro de 2018.
Porém, por mais que o ritmo de aquecimento econômico esteja aquém do esperado, o cenário atual é mais positivo do que no mesmo período do ano passado. Na comparação anual, as cotações dos cortes da carne bovina estão, em média, 7,7% maiores, considerando os preços nominais.
Por fim, por mais que o quadro econômico geral esteja marcado por certo pessimismo, o impacto sobre a demanda causado pela sazonalidade do consumo no Dia das Mães não deve ser ofuscado, já que este é um dos melhores períodos para venda de carne bovina.