Foto: pixabay.com
O preço da carne bovina ganhou forte impulso e foi um dos assuntos mais comentados em 2019, inclusive em mídias não especializadas no agronegócio.
Os motivos para alta incluem: a baixa oferta de animais para abate; a demanda externa aquecida e, por fim, parte da alta se deu pela melhora sazonal do consumo interno no final do ano.
Em novembro e dezembro alguns fatores aumentam o poder aquisitivo da população, como o recebimento das férias, o pagamento dos décimos terceiros e as contratações temporárias.
Pelo fato de a carne bovina possuir elevada elasticidade renda, variações no poder de compra impactam positivamente o consumo do produto. Além disso, as confraternizações e as festas de final de ano são basicamente sinônimo de churrasco, gerando maior demanda.
Essa conjuntura foi responsável pela elevação dos preços, com o pico registrado em novembro.
Fechando o ano, na média anual, no mercado atacadista, o preço de todos os cortes pesquisados pela Scot Consultoria subiu 6,5% em 2019 na comparação com 2018. Ou seja, uma alta real (acima da inflação do mesmo período).
Em curto prazo, os preços devem seguir o movimento de acomodação no atacado. Ao longo de janeiro, o comportamento das cotações dependerá dos resultados das vendas de final de ano e da necessidade de reabastecimento do varejo.
Como, geralmente, o consumo é mais afetado no início do ano com as dívidas contraídas em dezembro e com as obrigações tributárias, o mercado deve andar de lado nos primeiros meses de 2020.
Já no decorrer do ano, projeta-se que a economia brasileira deva trabalhar mais aquecida com as agendas reformistas tomando rumos mais assertivos e os juros em patamares baixos, proporcionando um ambiente positivo para a tomada de crédito.
Análise originalmente publicada no informativo Boi & Companhia, edição 1372.
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