O sistema de rastreabilidade bovina do Brasil está prestes a sofrer novas modificações. As medidas ainda estão sendo discutidas, mas já ganharam a atenção de pecuaristas, certificadoras e profissionais do ramo.
A proposta em pauta tiraria a exclusividade de monitoramento do SISBOV (Serviço Brasileiro de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos) das 46 certificadoras existentes no Brasil. O que se propõe é que profissionais do meio (agrônomos, veterinários e zootecnistas) possam se cadastrar no MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e realizar as vistorias e certificações de ERAS (estabelecimento rural aprovado pelo SISBOV).
As regras em discussão propõem que a rastreabilidade seja apenas para os animais de abate. A propriedade teria um brinco padrão e a certificação passaria a ser dos lotes, e não mais dos animais individualmente, como acontece hoje.
As novas regras são favoráveis aos pecuaristas, pois facilitariam o processo, reduzindo a burocracia. Um número maior de profissionais aptos a certificar geraria maior competição, possibilitando a redução de custos. As medidas também são favoráveis aos técnicos do setor, pois traria novas opções de trabalho a agrônomos, veterinários e zootecnistas.
Por motivos óbvios, as novas regras não agradaram as certificadoras.
Desde 2001, as empresas de certificação são as principais responsáveis pelo SISBOV e até hoje ele não funcionou. Por outro lado, essas empresas têm quase dez anos de experiência e, apesar do SISBOV não estar como deveria, houve evolução.
Os profissionais controlariam um número relativamente menor de propriedades, o que poderia gerar um cuidado maior com as propriedades ERAS. No entanto, o MAPA já tem dificuldade para auditar as 46 certificadoras. As centenas de profissionais que provavelmente se cadastrarão podem tornar o controle ainda mais superficial.
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