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Scot Consultoria

De São Paulo para Goiás e Pará


Sexta-feira, 30 de outubro de 2009 - 08h37

Nos últimos 30 dias estive reunido com pecuaristas em Goiás (Goiânia), São Paulo (Presidente Prudente e Bauru) e Pará (Tucumã e Paragominas). Vi, ouvi e aprendi muita coisa, e a idéia aqui é passar um pouco dessas informações. Em Goiás ficou evidente a queda do volume de animais confinados. Muitos produtores deixaram de realizar o segundo ciclo/rodada. Acontece que, mesmo em queda, o confinamento em Goiás ainda é bastante representativo (no ano passado alcançou o equivalente a 28% dos abates totais do estado) e os pecuaristas locais estão cientes de que Goiás praticamente já não tem mais entressafra. Em São Paulo, região de Presidente Prudente, havia muita “revolta” em função dos calotes praticados por algumas indústrias frigoríficas que entraram, recentemente, com pedidos de recuperação judicial. Especialmente por parte da maior delas, pois muitos pecuaristas locais possuem fazendas no Mato Grosso do Sul. Outra preocupação latente era o preço dos bezerros, ainda considerados altos (as relações de troca continuam bem abaixo das médias históricas). E senti também bastante pessimismo com relação aos preços do boi gordo para este final de ano. Ainda em São Paulo, dessa vez em Bauru, conversei com alguns pecuaristas que têm sido bastante tentados pelo eucalipto. Estão lhes oferecendo, em arrendamento, algo próximo de R$800,00/alqueire (e aí fica realmente difícil de resistir). No Pará, percebi que no Sul do estado (Redenção-Tucumã) praticamente choveu o ano inteiro. Pecuaristas locais, que usam sal proteinado, conseguiram ganhos médios de 0,8 a 1 kg/cabeça/dia na “seca”, quatro vezes mais do que se consegue no Brasil Central. Já na região de Paragominas, os pastos não estavam tão verdes. O destaque é o avanço da agricultura, que dá suporte, inclusive, a alguns projetos de integração agricultura-pecuária e à chegada dos primeiros confinamentos. Dois problemas que têm incomodado demais os pecuaristas paraenses. O acirramento das pressões ambientais (que já estão ultrapassando o limite do suportável) e as invasões de terra. Aliás, passei por pelo menos quatro fazendas invadidas e por vários acampamentos do MST e de grupos similares. Por conta disso, a instalação da CPI do MST foi bastante comemorada. Uma notícia boa é que lideranças do Pará acreditam que em no máximo mais dois anos todo o estado já será considerado área livre de febre aftosa com vacinação. Assim, esperam aumentar as vendas de externas de carne e, principalmente, de gado em pé. Vou parar por aqui, antes que vire uma redação. Tenho postado no Twitter boa parte das informações obtidas em minhas andanças. Quem tiver curiosidade é só acessar www.twitter.com/fabiano_scot.
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