Foto: Scot Consultoria
Os preços do milho trabalharam firmes no mercado brasileiro em janeiro. Em Campinas-SP, os preços subiram 9,7% no acumulado do mês.
Segundo levantamento da Scot Consultoria, a referência na região está em R$102,00 por saca de 60 quilos (26/1).
Com a alta nos preços, o cereal está custando 19,2% mais este ano, em relação a janeiro do ano passado.
As revisões para baixo na produção nacional em meio à quebra de produtividade das lavouras na safra de verão, puxadas pela forte estiagem no Sul do Brasil, e os estoques de passagem enxutos para o começo de 2022, pesaram nos preços do cereal em janeiro.
As preocupações com o desenvolvimento das lavouras no Sul do país se concretizaram. A Companhia Nacional de Abastecimento divulgou em 11/1 o quarto levantamento de acompanhamento da safra brasileira de grãos (2021/22).
Com relação ao milho de primeira safra, em fase colheita no Brasil, houve revisão para baixo de 14,8% na produtividade média das lavouras em relação ao estimado no relatório anterior para este ciclo. Na comparação com a safra passada (2020/21), a queda no rendimento das lavouras de primeira safra em 2021/22 é de 3,4%.
Destaque à quebra na produção nos estados do Sul. No Paraná e Rio Grande do Sul, a expectativa é que as produtividades das lavouras sejam 25,8% e 32,7% menores frente à safra 2020/21.
A expectativa atual é que sejam colhidas 24,78 milhões de toneladas de milho na primeira safra 2021/22, 14,7% menos que o previsto em dezembro/21, mas ainda 0,3% acima do colhido na primeira safra passada (2020/21), ressaltando que as expectativas para a produção de primeira safra em dezembro eram de 29,06 milhões de toneladas.
No total (primeira, segunda e terceira safras), a produção brasileira de milho em 2021/22 está estimada em 112,9 milhões de toneladas, 3,7%, ou 4,28 milhões, a menos que o colhido no ciclo passado, puxada pela estimativa de perda na produção no Sul.
Pesaram também sobre as cotações do cereal o dólar elevado e o término da isenção da cobrança de PIS/Cofins para a importação.
Em curto e médio prazos (fevereiro/março), o viés é de preços firmes para o milho no mercado interno. A quebra da produção na safra de verão, os estoques de passagem em níveis inferiores e o dólar deverão sustentar os preços do cereal.
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