O couro parece ter encontrado um teto, pelo menos nos atuais preços internacionais e sob a atual situação cambial.
O valor de R$1,30/kg no final do ano não foi mantido devido à pressão dos curtumes. Os valores pagos pelo couro variam de R$1,20 a R$1,30, com poucos negócios nos valores mais altos. Não há excesso de peles, oferta e demanda estão equilibradas.
Os estoques dos importadores de couro
wet blue, que aumentaram com a crise (uma vez que a demanda pelo produto manufaturado caiu), já “enxugaram”, o que traz expectativas boas quanto às exportações, principalmente em relação ao volume. Quanto ao preço, existe a questão do real valorizado.
As previsões para o câmbio em 2010 são diversas, mas convergem em um aspecto: a volatilidade continua.
Um dos fatores que devem influenciar a cotação da moeda americana são as eleições presidenciais. O cenário político incerto tende a deixar os investidores cautelosos.
Por outro lado, a Bovespa iniciou o ano firme, acima dos 70 mil pontos, o que pode indicar que o ânimo dos investidores irá perdurar por mais tempo. Isso ajudaria a manter o real firme, pelo menos no curto prazo, fato que não é interessante para as exportações.
Observe a figura 1. Olhando de maneira simples, percebemos que o preço mais alto leva à diminuição das exportações.

Analisando com mais cuidado, vemos que, com a crise de outubro, o dólar disparou, mas os preços em dólares diminuíram, levados pela queda da demanda.
Mesmo com preços menores, as compras se mantiveram baixas pela queda do consumo e receio quanto à economia.
Em 2009, no entanto, os preços mais baixos trouxeram os importadores de volta.
Com a valorização do real e do couro verde ocorrida no segundo semestre de 2009, os preços em dólares reagiram e houve diminuição das exportações.
É claro que existem diversos outros fatores, como estoques e demanda pelo couro terminado (produzido pelos importadores). Mas o movimento é esse.
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