A embaixadora brasileira em Bruxelas recebeu informação oficial de que um país membro da União Européia requisitou formalmente a suspensão total das importações de carne brasileira. O pedido será examinado pelo Comitê Permanente da Cadeia Alimentar e de Saúde Animal da UE, que se reunirá amanhã.
O país que solicitou a ampliação do embargo não foi revelado, mas as autoridades brasileiras suspeitam que seja a Irlanda.
Técnicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) se reúnem com representantes europeus hoje. A Comissão Européia afirma que, caso os brasileiros não consigam fornecer detalhes e elucidar completamente as dúvidas que forem colocadas, será difícil impedir a “radicalização” das restrições comerciais.
Vale lembrar que a União Européia é, com folga, o maior cliente brasileiro, responsável por cerca de 35% do faturamento total com exportação de carne bovina.
Além das questões relacionadas à febre aftosa (origem dos focos, o que realmente aconteceu no Paraná, medidas de prevenção, etc.), os europeus estão bastante preocupados com questões relacionadas à rastreabilidade e à denúncias de fraude envolvendo o maior frigorífico brasileiro.
Fontes do setor de frigoríficos e de outras indústrias que processam derivados bovinos têm relatado com frequência à Scot Consultoria que a incapacidade do atual corpo técnico do MAPA extrapola qualquer limite. Segundo informações, boa parte dos representantes brasileiros não tem experiência em negociação, carece de conhecimento técnico e frequentemente não domina outros idiomas além do português, o que dificulta ainda mais o bom encaminhamento das discussões.
O que se comenta é que a Cadeia Produtiva da Carne Bovina se assemelha à mula sem cabeça: tem o corpo, que está em funcionamento (produzindo), mas não tem a cabeça, ou seja, não tem quem comanda, quem organiza, quem se coloca à frente para a solução de problemas. (FTR e LMA)
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