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Brasil – investimentos estrangeiros


Terça-feira, 1 de junho de 2010 - 08h53

(Matéria retirada da Heinz Weekly Market Notes – HWMN, week 21, 2010, traduzida por Rafael Ribeiro de Lima Filho) Com 2,75 milhões de acres (1,11 milhão de hectares) cultivados em cinco países, a argentina El Tejar é apenas uma das dezenas de empresas abocanhando terras sul-americanas nos últimos anos. “Em Mato Grosso, as plantações da empresa se multiplicaram para mais de um milhão de acres (404,8 mil hectares) nesta temporada. Em 2005/06 esse valor era de algo em torno de 22 mil acres (8,9 mil hectares)”, disse o CEO Oscar Alvarado a uma multidão de investidores e gestores de fundos de pensão na conferência da Global Ag Investing deste mês. Nessa área se planta basicamente soja e milho, tanto como cultura principal como cultura de segunda safra. O capital necessário para adquirir, limpar e fazer a correta correção dos solos do Cerrado não é pequeno, mesmo em uma região onde a escala da exploração agrícola se assemelha a terra dos gigantes. Mas a trajetória surpreendente da El Tejar tem sido ajudada por uma infusão de capital de centros distantes, como Londres e Nova Iorque. O seu principal acionista, Altima Partners, investiu US$830 milhões em projetos agrícolas como o El Tejar em empresas britânicas especializadas na locação de parcelas de pequenos proprietários na Polônia e outros países do Leste Europeu. O que pode surpreender os agricultores norte-americanos é que El Tejar não está sozinho em sua busca por áreas de agricultura em fronteiras agrícolas do mundo. A Bunge anunciou esta semana que está a procura de investidores para um fundo de investimento de algo em torno de US$100 milhões para comprar terras no Brasil; a empresa já possui uma fazenda de cana que começará a operar no próximo mês. Brookfield, uma empresa com US$100 bilhões em ativos imobiliários sob gestão, possui e opera mais de 370 mil acres (149,8 mil hectares) de terras agrícolas no Brasil e é um dos maiores fornecedores de cana para a indústria de etanol do país. Em menos de quatro anos de operação, a empresa BrasilAgro alega que adquiriu 435 mil acres (176,1 mil hectares) de terras, sendo aproximadamente 125 mil (50,6 mil hectares) já em produção. Apenas uma oferta pública de ações levantou mais de US$500 milhões para aquisições de fazendas brasileiras. Empresas argentinas como a El Tejar tipicamente arrendam a grande maioria de suas terras e não possuem o maquinário necessário, preferindo terceirizar as operações no campo. Entretanto, no Brasil, a El Tejar e outras empresas estão investindo na compra da propriedade e na esperança de valorização da terra. A BrasilAgro vendeu uma fazenda com valorização de 116% em apenas 17 meses. Por trás do interesse de investimento está o conhecimento que a demanda mundial por alimentos vai duplicar até 2050 e o ceticismo de que as empresas de sementes e do agronegócio podem resolver o problema através de rendimentos mais elevados. Dessa forma, entre 125 milhões e 200 milhões de acres terão de ser trazidos para o cultivo de alimentos e combustíveis em todo o mundo nas próximas décadas. Entretanto, existe pouca disponibilidade de terra para a expansão da agricultura dentro da América do Norte ou na Europa.
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