A participação do milho safrinha ou milho de segunda safra é crescente em relação ao total produzido no país. Em 2000/01, de acordo com os números da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) a safrinha representou 15% da produção nacional.
Atualmente, essa participação é de aproximadamente 40%. Ou seja, pouco menos da metade do milho colhido no país é cultivado em um período do ano onde as condições de temperatura, luminosidade e pluviosidade não são as mais favoráveis.
Isto significa que o risco de estiagem e/ou geada é maior. O mercado fica sujeito aos fatores climáticos que chamamos de “mercado de clima”.
Isto ocorre normalmente na época do plantio e colheita das culturas de verão, onde os preços no mercado físico são influenciados pelo clima e, consequentemente, pelo desenrolar dos trabalhos no campo. Tudo isso associado à expectativa de produtividade das lavouras.
Para se ter ideia, em março/10, o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA) falava em uma produção de 9,5 milhões de toneladas em Mato Grosso.
Nos últimos relatórios, o IMEA revisou os números para baixo. Estima-se que o estado colherá, em 2009/10, 8,3 milhões de toneladas de milho safrinha, uma redução de 12% em relação aos números de março.
A falta de chuva é o principal motivo. De acordo com o CPTEC (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos), em maio, a precipitação acumulada no Mato Grosso não chegou a 50mm em muitas regiões.
Por fim, a expectativa de quebra de produção acaba dando sustentação ao mercado do milho, que sofre com a baixa liquidez. Apesar de que, mesmo diante de uma menor produção, a oferta este ano será elevada.
Diante dessa situação, a ajuda do governo à comercialização do grão é imprescindível. A colheita da safrinha está logo aí e a pressão de baixa deve aumentar.
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