Para completar a análise realizada ontem, que mostrou que os preços do boi gordo no Pará subiram mais que no restante do país desde o início de setembro, analisamos outro fator interferindo no mercado que é específico para o Pará.
Além da falta de chuvas e do bom resultado com as exportações de bovinos vivos no estado, a necessidade das fazendas possuírem o CAR (Cadastro Ambiental Rural) para negociar os animais tem limitado a disponibilidade de animais “aptos a serem negociados” no estado.
Depois da ação do Ministério Público Federal (MPF) contra as empresas da cadeia pecuária que, segundo o levantamento do próprio MPF e IBAMA de junho de 2009, contribuíram para a devastação da Amazônia, grandes companhias divulgaram que só comprariam carne ou derivados de frigoríficos que assegurassem a origem dos animais. Com isso, foi estabelecido um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) entre varejistas, curtumes e frigoríficos e o MPF. O acordo definiu que a partir de fevereiro de 2010 só poderiam vender o gado os fornecedores com inscrição no Cadastro Ambiental Rural (CAR).
Desde então, a oferta de animais para o abate diminuiu significativamente, dado o reduzido número de fazendas com o CAR. Estima-se que de mais de 100 mil propriedades existentes no estado, somente cerca de 20 mil propriedades estejam com o cadastro em dia. Um grave limitante de oferta.
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