De acordo com o The Wall Street Journal, o governo da Argentina está processando criminalmente os economistas da
MyS Consultores por divulgarem informações falsas sobre a inflação do país.
A queixa também afirma que os dados divulgados pela consultoria causaram especulação no mercado de títulos. Relata-se que em 2010, dados adulterados causaram perdas aos investidores em títulos ligados a inflação da ordem de US$2,3 bilhões.
Em fevereiro de 2010, o Secretário de Comércio Interior Guillermo Moreno enviou aos economistas e consultores ordens de revisão de metodologia de determinação de índices de preços. Os que concordaram tiveram sua metodologia examinada pelo Instituto Nacional de Censos e Estatísticas da Argentina (INDEC) e o resultado foi o de abordagem falha. Nove empresas foram multadas em US$123 mil cada.
O juíz tem considerado as queixas enquanto decide sobre a abertura de investigação, ainda é incerto qual o período de prisão que os economistas enfrentariam.
Contudo, a presidente argentina Cristina Fernandez de Kirchner e seu governo têm sido acusados de censurar firmas independentes que publicam dados econômicos que rivalizam com os dados governamentais, antes das eleições de 23 de outubro deste ano. E se a possibilidade de processo criminal é o ultimato do governo argentino, parece estar funcionando. O
The Wall Street Journal noticiou que a empresa de consultoria
Economia Y Regiones divulgou que não disponibilizará mais estimativas de inflação ao público.
A ideia de ultimato e censura se fortalece quando se observa o plano político pré-eleição, onde Kirchner, que se elegeu em 2007 com a maioria dos votos de todas as regiões argentinas (exceto Buenos Aires), vem perdendo popularidade devido a fatores como denúncias de corrupção, questões agrícolas e justamente, a incapacidade de controle da inflação.
A agência de notícias
Reuters informou que os dados de inflação têm sido subestimados desde que o governo indicou um aliado político como chefe do INDEC em 2007. A inflação deve estar em torno de 25% contra os 9,7% divulgados pelo INDEC. Economistas argumentam que o gasto fiscal excessivo, o aquecimento da economia (expectativa de crescimento de 8,2% em 2011) e os maciços aumentos salariais apontam para inflação.
Entretanto, há comentários de que o governo argentino esteja trabalhando com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para alcançar seus padrões, o mesmo governo que tem sistematicamente se recusado a autorizar o FMI a conduzir sua revisão econômica anual no país desde 2006 e anteriormente acusou as políticas da organização de ter causado a crise econômica em 2001-2002. O conselho executivo do FMI se reuniu ontem para discutir a qualidade do relatório de índice de preços ao consumidor oficial, dados de produto interno bruto argentino e verificar se estes estão de acordo com os padrões do FMI. O resultado ainda será divulgado.
Fonte:
Jornal Business Insider. Por Mamta Badkar. 21 de julho de 2011.
Traduzido por
Pamela Alves
Scot Consultoria
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