Após o governo argentino anunciar a suspensão parcial das exportações de carne bovina, numa tentativa de segurar a inflação, o mercado do boi gordo brasileiro viu a chance de reverter o cenário desfavorável atual.
A Argentina é o terceiro país em exportação de carne, atrás apenas do Brasil e da Austrália. Com a suspensão, apenas o mercado europeu continuaria a ser atendido, através da cota Hilton, assim como acordos bilaterais, como o existente entre Argentina e Venezuela.
Entretanto o efeito esperado não foi satisfatório, portanto, o governo argentino anunciou que a suspensão abrangerá também os animais vivos. Com isso, além da exportação de carne
in natura, resfriada ou congelada, e industrializada estão suspensas as exportações de bovinos em pé por 180 dias. Prazo que teve início no dia 14 de março.
O problema é que os frigoríficos argentinos conseguiram “burlar” a suspensão. A partir do dia 14 de março, apenas os contratos de exportação já emitidos poderiam ser atendidos. Porém, alguns frigoríficos conseguiram obter contratos de exportação sem data estipulada, o que permitiu a eles burlarem o embargo.
Segundo o governo argentino, caso o preço da carne no mercado interno não volte a patamares mais baixos, existe a possibilidade de alongar o período da suspensão.
Para o Brasil, a saída da Argentina deveria ter acelerado o processo de retirada dos embargos, fato que não ocorreu. Com a intensificação da suspensão, essa possibilidade não está descartada.
Os compradores de carne bovina que embargaram o Brasil estão sem muitas opções. A Austrália, Nova Zelândia e Uruguai, possíveis fornecedores, possuem menor oferta de carne, com preços muito superiores. Resta a eles verificar se os embargos brasileiros são realmente necessários, afinal São Paulo não teve caso de aftosa, e pelo jeito, nem o Paraná. (LMA)
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