As perdas dos frigorficos de Mato Grosso chegam em mdia a R$26 milhes por dia devido suspenso do comrcio de bovinos por parte dos pecuaristas no Estado.
A cifra pode ser ainda maior, afirma o presidente do Sindicato das Indstrias Frigorficas de Mato Grosso (Sindifrigo), Luiz Freitas Martins. Isso porque existem empresas que faturam R$400 mil por dia e outras que tm faturamento de R$1,5 milho/dia.
O clculo acima considerou o faturamento mdio de R$800 mil/dia entre as 33 indstrias com Servio de Inspeo Federal (SIF), autorizadas a exportar. A produo das empresas atendem 90% o mercado externo e 10% o interno. No foram computados os prejuzos causados entre os aproximadamente 20 frigorficos existentes no Estado que abastecem quase todo o mercado interno do Mato Grosso, pois possuem apenas o Servio de Inspeo Estadual (SIE/MT).
De acordo com Martins, as plantas frigorficas j estavam operando com apenas 50% da sua capacidade, a interdio das unidades do Instituto de Defesa Agropecuria (Indea/MT) vai reduzir ainda mais os abates, o que comprometer os contratos internacionais e tambm o abastecimento interno, pois nem os frigorficos nem os supermercados tm estoque para mais de dois a trs dias.
O animal s pode transitar com as GTAs (Guia de Trnsito Animal), emitidas pelo Indea. Sem essa autorizao, o bovino no pode chegar s indstrias, que j estavam sem matria-prima para trabalhar. Os municpios pequenos j esto com problema de fornecimento de carne. Em Cuiab, os supermercados em pouco tempo ficaro sem carne, caso os pecuaristas e produtores no tenham sensibilidade de liberar o Indea e os produtores as rodovias para carga viva, destacou o lder da indstria de carne.
Segundo ele, mesmo no funcionando abaixo da capacidade total, as empresas tm que arcar com um custo fixo que varia de R$30 mil/dia a R$120 mil/dia dependendo do porte da indstria. Somos solidrios com os manifestantes, e at agora, mesmo com prejuzos das cargas paradas nas rodovias, apoiamos o Grito do Ipiranga. Entretanto, no podemos compactuar com essa ao contra o Indea, pois j consideramos vandalismo, criticou o presidente do Sindifrigo.
Para Martins, o bloqueio nos postos do Indea ocorreu num momento inoportuno, em que os elos da cadeia produtiva da carne comeam a desenvolver um trabalho de unio e integrao.
Estamos tentando reaproximar produtor, indstria e supermercadista. Mas, essa situao prejudica as conversaes, provoca um certo mal-estar nesse processo, afirmou Luiz Martins.
Fonte: BRANNDO, Svio.
Folha do Estado. 17 de maio de 2006
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