Muito mais do que herança de pai para filho, a sucessão familiar trata da passagem de bastão entre as gerações, para a condução da propriedade e dos negócios da família.
O amor pela terra e os fortes laços familiares são sem dúvida ingredientes fundamentais para prosperar, entretanto, uma sucessão familiar de sucesso precisa ir além, e ser acompanhada de planejamento, gestão e estratégia.
Diante da importância do assunto, o Confina Brasil, projeto da Scot Consultoria, produziu o primeiro capítulo de uma série de conteúdos interessantes.
Essa frase é bem conhecida, dentro e fora do agronegócio, e mostra um problema comum em processos de sucessão familiar mal conduzidos.
No passado, a passagem do bastão de pais para filhos acontecia sob outra perspectiva.
Normalmente, a ideia de sucessão surgia apenas na ocasião do adoecimento ou falecimento do patriarca da família, sob uma atmosfera de tristeza e insegurança, e terminando em brigas, discussões e separações.
Os herdeiros, por vezes sem preparo ou vocação, eram obrigados a administrar a fazenda, assim, de supetão, e acabavam por esbarrar em problemas como falta de conhecimento técnico e visão clara sobre o negócio da família.
A falta de interesse dos jovens em permanecer no campo também foi um grande obstáculo, pois muitos queriam conhecer oportunidades na cidade e essa situação foi responsável pelo fim ou falência de muitas propriedades familiares, que foram construídas às custas do suor e do trabalho de uma vida inteira.
Nos dias atuais, a presença da tecnologia aproximou o campo e a cidade, e cada vez mais jovens afirmam seu interesse em permanecer na fazenda. Casos como Chico Bento e o copo meio cheio, deram lugar ao orgulho crescente em fazer parte da continuidade do legado iniciado na fazenda, pelas gerações passadas.
A crescente valorização e participação do agronegócio na economia, bem como a elevação do Brasil, a fornecedor de alimentos para população mundial, motivam e despertam o interesse desta nova geração em permanecer no campo, e produzir cada vez mais e melhor.
Neste cenário, a participação dos sucessores nas atividades da propriedade, começa bem antes da necessidade da passagem do bastão, cabendo ao fundador(a) a missão de introduzir os herdeiros na lida da fazenda, a fim de despertar e identificar a verdadeira vocação para o trabalho no campo, o amor pela terra e o instinto para os negócios.
Não é preciso pressa, mas é fundamental saber onde se quer chegar.
Planejar a sucessão indica que o gestor da propriedade tem interesses reais na continuidade do negócio e não que alguém está com “o pé na cova”!
Portanto, não tenha receio de iniciar um plano de sucessão o quanto antes. Isto possibilitará uma transição segura e bem-sucedida.
Transmitir às gerações seguintes a gestão da propriedade familiar é uma decisão difícil, que demanda sabedoria somada a uma certa dose de intuição. Entretanto, o planejamento é ferramenta fundamental:
■ Convoque reuniões familiares para tratar do assunto. Envolver a família nas decisões é excelente para todos se manifestarem, além de uma ótima maneira de prevenir mal entendidos.
■ Avalie a aptidão dos seus sucessores: uma conversa franca sobre o interesse em tocar a propriedade no futuro evitará problemas desnecessários.
■ Invista na capacitação dos seus eleitos. O dia a dia na lida e o amor pela atividade, por si só, não bastam. Para que continue a crescer, o negócio precisa contar com profissionais capacitados para desempenhar as funções que lhes serão confiadas.
■ Na transição da gestão, as responsabilidades na administração da fazenda, devem aumentar de forma gradativa, iniciando-se, em geral, pelas funções administrativas e operacionais, passando pelas atribuições de compras e investimentos e finalmente, na transferência da responsabilidade pela estratégia e pelas finanças do negócio.
Seja qual for o tamanho da propriedade ou o número de herdeiros, observar essas etapas auxiliará na condução de um processo sucessório tranquilo e seguro.
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