O número de contratos de crédito rural registrou alta em 2012. Desde que os Planos Safra foram lançados, em julho, até agora, houve acréscimo em comparação ao mesmo período de 2011. Só na agricultura familiar, o aumento deve ficar em 12%. Na pequena produção, os créditos para custeio e investimento devem atingir R$17 bilhões, quase R$2 bilhões a mais do que julho a dezembro de 2011, valor acessado pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF).
"De um lado as notícias de que o clima vai se comportar de uma forma muito favorável. E de outro, os preços estão muito bons. Também tem um fato de que nós estamos numa safra que sucede uma safra frustrada, especialmente no sul: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Então, os agricultores estão procurando recuperar o prejuízo", afirma o diretor do Departamento de Financiamento e Proteção da Produção da Secretaria de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário, João Guadagnin.
O número representa um acréscimo de 6%. E R$1 bilhão ainda está disponível.
"Apesar de todos os esforços que têm sido emanados por todos os entes, inclusive os financeiros, ainda há um pouco acesso por parte dos agricultores familiares. E aí tem uma série de fatores: a questão do endividamento, que ainda não foi resolvido; a questão da regularização fundiária e ambiental. São impasses fortíssimos dentro dessa lógica ainda impedindo que esses milhares de agricultores familiares não possam ser atendidos na sua plenitude", explica o secretário de Política Agrícola da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG), Antoninho Rovaris.
O maior acesso ao crédito rural também se verifica entre os grandes produtores, animados com os preços em alta e a perspectivas de clima favorável para o ano que vem. Neste segmento, o acréscimo já é de 25%. E o programa que mais registrou crescimento foi o Programa de Agricultura de Baixo Carbono (ABC), lançado pelo governo federal em 2010.
"Essa questão da agricultura sustentável é uma preocupação do setor. Acho que os agricultores já estão imbuídos dessa preocupação e estão usando boas práticas. Isso é um fator e a questão do programa começar a ficar maduro. Neste mesmo período do ano passado tínhamos aplicado em torno de R$130 milhões e neste ano já estamos encostando no primeiro bilhão", diz o secretário substituto de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Edilson Guimarães.
A agricultura empresarial tem disponível R$115,2 bilhões para empréstimos nesta safra. Até agora, foram contratados R$39 bilhões, R$8 bilhões a mais que no mesmo período do ano passado.
"Mesmo diante da crise, especialmente na Europa, nós estamos vendo que na China o aumento das importações, só na área de soja, deve chegar em 2016 a 56%. É natural que o agronegócio esteja num bom momento. O consumo nos países asiáticos está numa crescente, apesar de toda crise que estamos enxergando no mundo todo. É um circulo virtuoso de aumento da renda das pessoas. Quando as pessoas melhoram a renda em qualquer parte do mundo, o primeiro item a ser buscado por essas famílias é o alimento, é melhorar a dispensa e melhorar a mesa da família", afirma a presidente da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), Kátia Abreu.
Fonte: Ruralbr. Pela Redação. 3 de dezembro de 2012.