A União Européia absorve, em volume, cerca de 25% das exportações brasileiras de carne bovina. Em faturamento sua participação supera os 30%, pois compra principalmente cortes nobres. O bloco é, disparado, o maior cliente do Brasil.
Mas a relação entre Brasil e União Européia está meio abalada. Os europeus apontam que suas exigências, principalmente em termos de rastreabilidade e controle sanitário, não vêm sendo atendidas. Por conta disso, existe a ameaça de embargo.
É verdade que falta carne na Europa. De acordo com informações do Departamento de Agricultura dos Estados (USDA), o bloco produz 7,93 milhões de toneladas de carne bovina, exporta 220 mil toneladas e consome 8,27 milhões de toneladas. Precisa importar, portanto, 560 mil toneladas ao ano. Esse montante equivale a mais ou menos 100% das exportações do Uruguai ou da Argentina, que estão entre os maiores exportadores mundiais.
Para conseguir toda essa carne, a UE precisa de fornecedores “de peso”. Nesse caso, destaque para o Brasil. Parece óbvio, portanto, que é o perigo de desabastecimento que tem impedido, ao menos até o momento, que as ameaças européias em relação à carne brasileira se concretizem.
Mas há quem aponte que a paciência européia está chegando ao fim, a ponto de gerar, realmente, um embargo total à carne brasileira. O inevitável problema de desabastecimento seria minimizado através de uma série de medidas: incentivo à produção local, direcionamento das exportações para o mercado interno, aumento das compras junto a outros fornecedores, busca por outros fornecedores, migração de parte do consumo para as carnes de frango e suína, etc.
Essa é a tese defendida, por exemplo, pela Zandbergen, importante
trading européia, que em nota busca alertar a Cadeia Produtiva da Carne Bovina do Brasil para a ameaça real de uma retaliação européia. Para ver o texto na íntegra,
clique aqui. (FTR)
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